Neymar manda beijos, Paulinho decide, Brasil bate Uruguai e vai à final
Mais coração! Quem achou que seria fácil bater o Uruguai se enganou. Muito mais do que a pressão colocada por Lugano no árbitro Enrique Osses, a Celeste jogou no seu limite. Merece aplausos. Os últimos minutos, com goleiro Muslera na área, tensão nas 57.483 pessoas que foram ao Mineirão, provaram que este duelo é, sim, um dos maiores clássicos do planeta.
Entretanto, se o Mineirão lotado comemorou a vitória sobre o Uruguai, do lado de fora do estádio milhares de pessoas fizeram mais um dia de protestos pelas principais vias de Belo Horizonte. Com as ruas no entorno do Mineirão fechadas, manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar de Minas Gerais. A cobertura completa você acompanha no G1.
Verde, amarelo e vermelho
Poucas cores são tão tradicionais no futebol mundial quanto a amarelinha do Brasil e a Celeste uruguaia. Mas quis o destino que o vermelho brilhasse no primeiro tempo. A cor da roupa, do coração e do sangue que corre nas veias de Julio César, inflamado desde que a torcida mais uma vez assumiu para si o hino nacional. Enquanto o Mineirão cantava, ele balançava os companheiros. Era quase um aviso: "Hoje é comigo!"
Quando David Luiz puxou Lugano dentro da área e o árbitro chileno Enrique Osses deu pênalti, aos 12 minutos, o estádio silenciou. Coube ao goleiro, que tanto gosta do barulho dos torcedores, levá-los ao delírio ao defender no canto esquerdo. Julio deu seus passinhos à frente, saiu antes. Forlán foi mal. Olhou só para a bola. Se levantasse a cabeça, tocaria no outro canto e faria o gol.
E bastou que ela passasse pelos pés de quem a trata melhor para chegar ao centroavante. O lançamento de Paulinho, o domínio e o chute de Neymar entortaram a firme marcação dos bicampeões mundiais. Muslera defendeu a primeira tentativa, mas ela sobrou para Fred. Quietinho, mineirinho, no lugar certo como sempre. Certeiro como sempre: 1 a 0.
Como todo bom Brasil x Uruguai, o primeiro tempo teve um chute de Luiz Gustavo no estômago de Rodríguez, a camisa esgarçada de Lugano e o nariz de Paulinho sangrando. O segundo tempo prometia.
cobrar escanteio (Foto: Reprodução SporTV)
Prometia mesmo! Quem resolveu comer o famoso tropeiro no intervalo pode ter perdido o gol de Cavani. Até então, ele brilhara mais na marcação do que no ataque. Mas, aos dois minutos da etapa final, ele não perdoou o vacilo coletivo da defesa, em que David Luiz errou o chutão, Thiago Silva tentou sair jogando em lugar errado e Marcelo perdeu a bola. Nem o homem de vermelho seria capaz de impedir. Tudo igual no Mineirão: 1 a 1.
O Monstro se redimiu logo em seguida ao evitar que a bola de Suárez chegasse à cabeça de Forlán. A cor do jogo no momento era celeste. O som do Mineirão era um bom termômetro. E ele saiu do silêncio para ir quase abaixo quando Felipão chamou Bernard, xodó do Atlético. Hulk saiu vaiado pela primeira vez na Copa das Confederações.
Entre um sufoco e outro, um quase gol contra de Thiago Silva, e bolas e mais bolas levantadas por Forlán, o melhor jogador da última Copa do Mundo, Bernard achou Fred. Ele, que sempre espera por uma chance, dessa vez não aproveitou e chutou por cima. Absolutamente tudo poderia acontecer.
A entrada do pupilo de Felipão melhorou a Seleção. Até surgiu uma tabela, raríssima até então. A boa jogada de Neymar e Oscar parou nas mãos de Muslera.
Foram duas cobranças de escanteio. Na primeira, Neymar foi provocado por Alvaro González e mandou beijinhos ao uruguaio. Na segunda, aos 40 minutos, mandou um golpe no peito de toda Celeste, uma bola na cabeça de Paulinho. A cabeça, que tantas alegrias já deu ao Corinthians, dessa vez alegrou o Brasil. E o camisa 10, com a "dívida" paga, deixou o gramado nos acréscimos, aplaudido no mesmo estádio que o vaiou no amistoso contra o Chile, há dois meses.
Agora, só falta um jogo! E que venha a Espanha...
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