Janet Yellen é a segunda principal executiva do órgão, atrás de Ben Bernanke
Ela foi nomeada nesta quarta-feira (9) como a nova presidente do Fed (o Banco Central americano). Há três anos ela é a segunda principal executiva do órgão, atrás de Ben Bernanke, que deixará o cargo em janeiro após ocupá-lo por oito anos.
Agora, passado um prolongado processo de nomeação, Yellen, se confirmada no cargo pelo Senado dos EUA, será a primeira mulher no topo do comando da economia mundial.
Em seu primeiro período trabalhando no Fed, Yellen não apenas conquistou experiência no Banco Central mais influente do mundo como também conheceu ali seu marido, o economista George Akerlof, em 1977.
Um ano depois, eles se casaram, se demitiram de seus cargos no banco e se tornaram professores da London School of Economics, na Grã-Bretanha.
O lorde Desai, professor emérito de economia da LSE, diz que o casal teve impacto significativo nos alunos e no corpo docente.
Em 2004, Yellen passou a chefiar a filial de San Francisco do Fed. Registros das reuniões do órgão mostram que ela aventou, em 2005, a possibilidade de os EUA viverem uma bolha imobiliária - que viria a estourar dois anos mais tarde. Mas, junto com o restante do Fed, ela não conseguiu prever a dimensão da crise financeira iniciada em 2007.
"Ela foi uma das pessoas a soar os alarmes de alerta, mas acho que, como muitos outros que viram os problemas se aproximando, não perceberam sua magnitude", disse à BBC Joseph Stiglitz, economista próximo de Yellen e com quem Akerlof dividiu o Nobel em 2001.
Seu posto no Fed em San Francisco lhe mostrou os funcionamentos dos mecanismos decisórios do banco. Em 2009, ela se tornou um membro votante do comitê que define a taxa de juros da economia.
Em 2010, ela já era uma respeitada emissária do Fed em reuniões sobre política econômica ao redor do mundo. Foi nomeada vice-líder do conselho de governadores do banco.
Agora, assume a liderança do órgão, possivelmente o segundo cargo mais importante nos EUA, atrás do ocupado por Barack Obama.
"Ela é a pessoa mais qualificada do mundo para seu cargo", defende Andrew Rose, que foi professor de Yellen na Universidade da Califórnia, em Berkeley. "O fato de ela ser uma mulher é uma vantagem adicional, mas acho que as pessoas devem se concentrar no fato de ela ser adequada ao posto."
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