sexta-feira, 11 de novembro de 2011


Ato reúne 150 mil pessoas no Rio, segundo PM


  • Irreverência do protesto satirizou até o papa Bento XVI (ANTONIO SCORZA/AFP)
Irreverência do protesto satirizou até o papa Bento XVI (ANTONIO SCORZA/AFP)

“Mexeu comigo, mexeu com o Rio.” As palavras de ordem, repetidas por artistas como Caetano Veloso, Seu Jorge e Cissa Guimarães, deram o tom da passeata convocada pelo governo do Rio e realizada ontem para protestar contra a redistribuição dos royalties do petróleo. Engrossada por servidores -muitos com crachás ainda pendurados ao pescoço-, a manifestação teve trios elétricos tocando samba, funk e música eletrônica e foi encerrada com apresentação de artistas como Lulu Santos e Xuxa, além da leitura do “Manifesto do Rio” pela atriz Fernanda Montenegro.

Para que a passeata não perdesse o foco, cada “ela desce/ela quica” do funk que saía das caixas de som era seguido de palavras de ordem que lembravam o público do porquê de estarem ali. “Querem comprometer nosso futuro!”, gritava um. “Não pode mudar a regra no meio do jogo”, dizia outro.

Segundo a Polícia Militar, cerca de 150 mil pessoas participaram do ato. Muitos receberam transporte gratuito até o local -além de ônibus financiados pelo governo, houve gratuidade nos sistemas de trem e metrô. “Esse é um apelo do povo do Rio pela justiça”, disse o governador Sérgio Cabral.

O ato em si não teve discursos -após percorrer parte da avenida Rio Branco até a Cinelândia, o governador subiu ao palco com aliados, como Lindberg Farias, e adversários, como Rosinha Matheus e Anthony Garotinho. O único a falar foi o animador que convocava a população a lutar “contra a covardia”.

Na entrevista, Cabral chamou de “aberração jurídica” a proposta de redistribuição dos royalties de campos já licitados. “Nós não vamos ceder nem um real sequer do que já foi licitado”, afirmou.

O governador disse ainda que, se o governo e o Congresso não mexeram nos contratos já firmados ao aprovar o novo marco regulatório do setor, não faz sentido mexer nos royalties desse contrato. “Isso é uma irregularidade e uma ilegalidade.”

Cabral disse, porém, ter certeza de que o projeto aprovado pelo Senado será vetado pela presidente Dilma. “Porque ela é uma democrata, porque não vai permitir o linchamento do povo brasileiro e porque sabe que esse é um precedente muito perigoso, que abre uma brecha para violações muito graves.” No Espírito Santo, cerca de 5 mil pessoas participaram de manifestação em Vitória contra a mudança na divisão das receitas do petróleo aprovada pelo Senado. A estimativa é da Polícia Militar.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

O objetivo é impedir que a Câmara dos Deputados ratifique a redistribuição de royalties da produção de petróleo aprovada no Senado que amplia para R$ 125,6 bilhões perdas do Rio, na estimativa do governo.

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